quinta-feira, 16 de maio de 2013

IV

PARABÉNS À LUA

Vem e senta-te comigo
vem habitada de doçura
e deseja os lábios meus que te desejam.
Vem redonda a desnudar-te
perante esta minha saudade que te invoca.
Vem e conta-me cousas
desse mar de nuvens que sulcas.
Vem jogar ao amor
e faz das estrelas lenços
e leito da noite tão serena.
Vem! Há músicas -no meu coração-
escritas especialmente para o teu vestido de alva.
Vem no suave fulgor que desatas
espaços de silêncio que ondeiam nas alturas.
Vem, ó lua, devagar e solene,
a exaltar-me o ser todo,
vem louca e esbelta
e dissolve-te na pura harmonia que demando,
e acorda comigo, ditosa criança,
no espessor da tua vida afinal extinta.

Rabunhal, Henrique Poemas da luz e da loucura. A Corunha: Espiral Maior 1992 p. 19


Henrique Rabunhal (Pastoriça, Arteijo, 6 de novembro de 1962)

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