sábado, 18 de maio de 2013

VII

Algo morre no meu peito, acidamente,
neste mês que reluz nostalgia,
doloroso, desde o céu que me vigia
com relógio que se estanca lentamente.

Minha sombra de sol-pôr que te deseja,
chega longe, mas não chega à tua mente,
sinfonia do amargo, intensamente
na dúvida dum amor que nos sobeja.

Sim ou não, aquele dia levemente,
que nos leva por caminhos isolados,
a estações que ao final e fortemente

nos dirijam por vieiros separados,
ou quiçá, com teu sim, alegremente
nos reúna, outra vez apaixonados.

Setembro, 1989

Barbosa, J. M. Ámago A Corunha: Baía Edicións 2002 p. 43



José Manuel Barbosa (Ourense, 1963)

Sem comentários:

Enviar um comentário